O Sertão em Pauta publica nesta segunda-feira (02), a entrevista que realizou com o vereador Márcio Amaral (PSL), membro da bancada de situação em Cícero Dantas (BA), que está em seu primeiro mandato no legislativo, obtido em sua primeira disputa eleitoral, graças aos 684 votos conquistados, que lhe garantiram a 10ª posição no pleito de 2016.
Márcio é natural da cidade, mas já trabalhou por muito tempo fora de Cícero Dantas, em uma empresa de construção civil de Aracaju (SE). Para entrar na politica, teve como inspiração o seu pai, o Sr. Amaral, que sempre foi apoiador do Grupo dos Gaviões, e é primo de Zelito Ribeiro, principal liderança do agrupamento político.
Casado e com três filhos, após retornar a Cícero Dantas, Márcio montou uma empresa de peças de motos, da qual decidiu abrir mão para se dedicar exclusivamente à política, quando eleito.
Na entrevista a seguir, ele falou sobre como está sendo a sua experiência na Câmara, os planos futuros, a administração de Ricardo Almeida, o apoio político de Zelito Ribeiro e disse acreditar que a chapa majoritária para o próximo ano será a mesma de 2016, com o petista Jean Nunes de candidato a vice.
Confira a entrevista completa, a seguir:
Sertão em Pauta – (S.P): De início, queria que o senhor falasse como se deu a sua entrada para a política. Como surgiu a ideia de se candidatar ao legislativo de Cícero Dantas?
Márcio Amaral – (M.A): Primeiro, gostaria de agradecer pela entrevista e de dizer que a minha história política é coisa de Deus, ocorreu por acaso, porque eu sempre fui eleitor da cidade e meu pai sempre se envolveu em política, como apoiador. E eu também sempre recebi convites, e em uma dessas oportunidades, em 2016, eu aceitei; então, a partir daí, associei a minha vida só à política. E graças a Deus, com respeito ao povo, trabalho honesto e pensando em minha cidade, eu lancei a candidatura, e acabei sendo eleito com 684 votos, ficando em 10º lugar na disputa para vereador.
(S.P): Essa vitória, na primeira campanha política sua, o senhor considerou uma surpresa?
(M.A): A política é um jogo, a gente não sabe o que se passa no coração dos outros, apesar de termos um trabalho social direcionado à população carente. Eu tinha esperança sim, acreditei em Deus e nos amigos. No, entanto, foi uma surpresa sim, pois de todos os vereadores eleitos para esta casa, eu sou um dos poucos que tiveram a sorte de ter sido eleito na primeira campanha.
(S.P): Na Câmara, quem acompanha as sessões, sabe que o seu estilo é bastante discreto, de poucas participações em falas no plenário. Qual o motivo para esta postura?
(M.A): Veja só, pelo fato de eu não usar a tribuna, realmente, às vezes, as pessoas me questionam. Mas. Sem querer falar mal, quando você observa bem, percebe que alguns vereadores usam a tribuna e na rua não fazem o seu serviço social. Então, para não magoar um ou outro, eu prefiro ficar na minha, embora, esteja sempre atento aos trabalhos da casa; prefiro ficar na observância.
(S.P): Não acha que isso possa te comprometer politicamente, em novas pretensões eleitorais?
(M.A): Não, porque aqui tem vereadores com cinco ou seis mandatos, que também não usam a tribuna. A tribuna é uma questão pessoal, de cada vereador, não é obrigatório ir. Então, eu prefiro manter essa linha.
(S.P): Durante quase esses três anos como parlamentar, queria que o senhor falasse quais iniciativas foram realizadas ao longo de seu mandato, e o que ainda pretende apresentar até o final da legislatura?
(M.A): Eu aqui na casa, como vereador, participo de duas comissões muito importantes. Sou presidente da Comissão de Fiscalização e relator da Comissão de Constituição e Justiça e aqui ao lado de colegas vereadores, formulamos e votamos em projetos que sejam bons para o município.
Além disso, há a questão social, que vem de mim e que já realizo antes mesmo de me tornar vereador. Estou no dia a dia, lutando com o povo mais carente na área da saúde e em outras também. Toda semana eu vou de duas a três vezes em Aracaju, levar pessoas a médicos. E sempre estou nessa batalha social, principalmente nos bairros mais pobres.
No próximo ano, vamos ver muitos políticos visitando os bairros pobres, mas eu possuo amizades verdadeiras na Cavunza, no Gouveião, Matadouro e em ouros bairros de Cícero Dantas. Tenho também um projeto meu, em que há nos últimos três anos, eu pego o meu salário de janeiro, de R$ 5.500,00 e compro materiais escolares que são doados para os estudantes menos favorecidos.
(S.P): Queria agora que falasse a respeito de como está avaliando a experiência de ser parlamentar, que inclusive, faz parte da bancada de situação. Ela tem correspondido àquilo que você imaginava ou é decepcionante em alguns pontos?
(M.A): Veja só … quando a gente é eleito pela primeira vez, fica com aquela ansiedade grande, muito por não ter experiência, o que vem com o dia a dia. Fui eleito no grupo dos Gaviões, onde pretendo ficar, apoiando o prefeito Ricardo. Sempre fui Gavião, mas tenho um grande respeito pelo grupo dos Jacus, onde tenho muitos amigos. Eu sou um político que tenho adversários políticos e não inimigos.
Às vezes, acontecem algumas coisas que nos deixam tristes, mas a gente busca soluções e diálogos para melhorar a nossa cidade, como foi no tempo do atraso do pagamento dos salários dos funcionários públicos.
No entanto, sempre conversamos com o prefeito e com secretários para solucionar isso. Alguns vereadores não usam a tribuna para cobrar, mas conversam pessoalmente com o prefeito, no gabinete. Sempre atuei nesta linha de cobrar e pedir para melhorar as coisas na nossa cidade.
(S.P): O prefeito Ricardo Almeida, está com quase três anos de mandato, e com base na administração dele, me aponte os pontos positivos e negativos de sua atuação, em comparação, com administrações passadas.
(M.A): O prefeito Ricardo é um cara do bem, um cara de ouro, algumas pessoas fazem chacota dele em grupos de WhatsApp, mas ele mantém sempre sua linha. Nos dois primeiros anos, tivemos dificuldades na administração e até mesmo nós, que somos vereadores da base, sofremos muito, porque fomos eleitos no mesmo grupo para melhorar a cidade. Foram problemas com o atraso dos salários dos professores, e a saúde que não estava em uma condição de primeira linha como ainda não tá, embora hoje nós tenhamos um hospital funcionando fazendo uma média de 15 a 20 cirurgias por semana e inclusive, parto.
Além disso, há a reforma, que se Deus quiser, será concluída até o final do ano, sendo assim um presente para Cícero Dantas. Temos também o asfalto, que foi feito ali no Bairro da Rodoviária, com o apoio financeiro do Governo do Estado, sem falar de obras nos Bairros Cavunza, Novo Horizonte e na Rua Bela Vista.
Já sobre os pontos negativos, precisa melhorar a condição das ruas, que têm muitos buracos, o que já é um problema de muitos anos atrás, nossa cidade não é plana, então, quando chove já sabemos que vem problema. Além disso, mesmo tendo uma frota alta de carros, é importante ir atrás de mais emendas parlamentares para melhorar a nossa saúde.
(S.P): Muito se tem falado sobre uma possibilidade da candidatura de Zelito Ribeiro para prefeito, nas eleições do próximo ano, o que poderia ofuscar a campanha de Ricardo pela reeleição. Acredita que há chances de isso ocorrer?
(M.A): Não. Isso aí, eu falo com clareza, com 100% de certeza. Infelizmente, há algumas pessoas que o alfinetam, mas hoje ele está com os pés no chão e 100% satisfeito com a administração do Prefeito Ricardo. Ele diz hoje que a política não depende mais só dele, e sim de um grupo unido, pois quando o grupo racha quem perde é o povo. Então, o mesmo grupo que trabalhou em 2016 estará unido para conseguir a reeleição do prefeito Ricardo.
(S.P): Já ocorreram reuniões do Grupo dos Gaviões para articular a chapa que irá concorrer à eleição majoritária do próximo ano?
(M.A): Não, ainda não houve essa reunião, mas acredito que vai manter a mesma chapa com Jean Nunes (do PT) que é um belíssimo vice-prefeito, e Zelito apoiando a nossa eleição.
(S.P): E o vereador Márcio Amaral, pretende se candidatar à reeleição em 2020?
(M.A): Sim, desde que assumi como vereador, nunca parei meu trabalho social, a população de Cícero Dantas me conhece bem, e eu tenho um respeito muito grande pelo nosso povo. E se Deus quiser, irei para a reeleição, contando com a ajuda dos amigos e daquelas pessoas que conhecem o meu trabalho do dia a a dia.
(S.P): Para concluir, queria que o senhor falasse se existe algum líder político de expressão municipal, estadual ou nacional, que veja como uma referência para a sua atuação política?
(M.A): A gente vê muitas ações bonitas. Mas, sem querer ser melhor do que ninguém, a gente tem que fazer diferente. Quando eu quis entrar para a política, eu fiz uma cartilha para a minha vida do que podia e não podia. Então, exclui aquilo que não podia, e sempre respeitando o povo. Quero manter essa minha linha de sinceridade, humildade e de lutar sempre para ajudar nossa cidade.