Na sessão ocorrida na noite desta terça-feira (24), na Câmara Municipal de Cícero Dantas (BA) vereadores saíram em defesa de uma agente de controle interno da casa que está sendo processada, por supostamente, ter chamado de “funcionário fantasma” outro servidor, que atuou no legislativo da cidade entre novembro de 2017 e dezembro de 2018, na chefia do setor de Controle Interno.
O ex-servidor, que inclusive, já foi denunciado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) pela controladora, sob a acusação de ser um funcionário fantasma, impetrou recentemente uma ação na justiça uma ação em que solicita ser indenizado por danos morais, conforme informou o vereador Jackson Almeida (MDB), em discurso na tribuna, gerando o debate em torno do assunto entre os demais parlamentares.
“A função dela na casa é fiscalizar, orientar e fazer o controle interno de todos os atos e despesas correntes, do dinheiro que entra e sai”, afirmou Jackson em referência à servidora que está sendo processada.
Para o vereador, no entanto, o que mais lhe deixou indignado quanto ao caso, é que o ex-servidor, que tinha salário de R$ 2.700,00, está sendo representado em sua defesa, por um profissional do escritório de advocacia situado em Salvador, que assessora juridicamente a câmara municipal. “A coisa mais interessante é que o advogado é do escritório que tem contrato anual com essa casa de 72 mil reais”, pontuou.
SOLIDARIEDADE DOS PARLAMENTARES
O vereador Nenê de Nedito, em aparte, defendeu a atuação da agente de controle: “Ela é uma funcionária de se tirar o chapéu, e o presidente (Abelardo Junior – PSL) que está aqui não me deixa mentir, e que fica sentada em sua cadeira da hora que chega até a hora que sai”.
O parlamentar de oposição completou sua fala sugerindo à mesa diretora da casa que tomasse providências no sentido de proteger os servidores do legislativo e orientar a assessoria jurídica a se afastar do caso.
Os vereadores Carlinhos (PSL) e Nininho de Nediro também se manifestaram a respeito do assunto. “Diga-se de passagem, é um funcionário fantasma, pois nestes três anos que estou aqui nunca vi esse homem”, ressaltou Carlinhos, líder da situação na Câmara.
“Isso é tão deselegante que até os servidores vão ter que andar’pianinhos’ com medo de um cara que presta serviço à Câmara, mas se ele não está prestando os servidores têm que ser os primeiros a denunciar mesmo, porque ele era pago para isso”, opinou Nininho.
PROVIDÊNCIAS
Após ouvir as falar dos colegas, o presidente Abelardo informou que a mesa diretora irá tomar as medidas cabíveis com objetivo de solucionar o impasse. “A mesa diretora irá sim tomar essas providências, porque é até uma questão de respeito a esta casa. Ele (advogado de escritório) até pode ser parte, mas é uma questão imoral. Não é imoral, mas é ilegal … a servidora tinha que ser protegida por essa casa”, declarou o chefe do legislativo.