Sindicatos de servidores e estudantes realizam protesto contra Reforma da Previdência em Cícero Dantas

Evento reuniu entidades sindicais de municípios da região e grupos de estudantes
Sertão em Pauta
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Na manhã desta sexta-feira (14) a cidade de Cícero Dantas, situada no Nordeste Baiano, foi palco de uma manifestação que reuniu centenas de pessoas contrárias à proposta de Reforma da Previdência do Governo Bolsonaro, e que vem sendo objeto de apreciação na Câmara dos Deputados, em Brasília, capital nacional.

O protesto contou com representantes de quatro sindicatos de servidores municipais da região: SINDCID, de Cícero Dantas; SISMUB, de Banzaê; SINDFA, de Fátima; e SINDHELI, de Heliópolis; além de integrantes da FESPUMEB (Federação dos Servidores Públicos Municipais do Estado da Bahia) e de estudantes de escolas públicas de Cícero Dantas e da região e de uma escola privada.

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O ato político teve início na frente da sede do SINDCID, e após um período de concentração, os manifestantes iniciaram uma passeata, que inicialmente seguiu em direção à Praça Raimundo Borges Santana, onde foi executado o hino nacional, e depois, percorreu outras vias da cidade até chegar à Avenida Bom Conselho, onde os manifestantes (muitos com cartazes e faixas) entoaram cânticos contra a reforma previdenciária e o contingenciamento de recursos a universidades federais.

O protesto seguiu até a Avenida Antônio Carlos Magalhães, nas proximidades do Colégio Municipal Monsenhor Galvão, onde sindicalistas e líderes estudantis discursaram e agradeceram a adesão à manifestação.

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Presidente do Grêmio Estudantil Novas Tendências do Colégio Estadual José Dantas de Souza, situado em Heliópolis, Wellington Jorge, de 18 anos, acredita que a aprovação da reforma será prejudicial para diversos segmentos da sociedade. “Essa reforma vai prejudicar a todos, os comerciantes, professores e todo mundo que trabalha. Além disso, os cortes na educação, o principal motivo de estarmos aqui, é um absurdo; é preciso que ele conheça a realidade das escolas e universidades e veja se dá para fazer isso mesmo”, declarou o jovem, um dos mais destacados condutores da manifestação, que contou com a presença de 60 alunos de seu colégio.

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Para o presidente do SINDCID Ambrósio Gama, o ato acontece em um momento oportuno. “Essa proposta de reforma da previdência é cruel, principalmente com o trabalhador. Então, Cícero Dantas, junto com outras cidades e organizações (…) acho que hoje nós cumprimos com nosso papel por entendermos que essa reforma não deve ser aprovada, mesmo com todas as mudanças , ainda a consideramos para o trabalhador”, afirmou o sindicalista, ao fazer referência às alterações realizadas no projeto do Palácio do Planalto, pelo relator na Câmara, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

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MUDANÇAS NO TEXTO ORIGINAL

Algumas das principais mudanças apresentadas pelo parlamentar no relatório da reforma em relação ao texto original enviado pelo Governo Federal são a redução em 5 anos do tempo de contribuição das trabalhadoras urbanas (de 20 para 15 anos); a retirada da proposta do sistema de capitalização para a previdência; a manutenção do pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) no valor de um salário mínimo aos idosos pobres (com 65 anos ou mais); e a retirada dos estados e municípios da reforma, que no entanto, pode ser reinserido no projeto
durante a tramitação da emenda constitucional.

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Para o presidente da FESPUMEB Hélio José, que também se fez presente no evento em Cícero Dantas, as alterações feitas na proposta representam um avanço, mas ainda assim não significam que a reforma seja positiva para os trabalhadores brasileiros.

“Essa é uma das priores propostas de reforma da previdência que pode existir no mundo; ela joga aproximadamente 30 milhões de brasileiros na linha de miséria; impede o acesso das novas gerações à aposentadoria e torna o sistema contributivo totalmente desigual e injusto. Quanto a texto apresentado pelo relator, não concordo com ele. Houve sim uma melhora, mas precisamos discutir os pormenores (..) há um dispositivo nessa reforma que fala da desconstitucionalização de determinados pontos da previdência, e isso é perigoso, pois pode abrir brechas para o governo poder desconstitucionalizar gastos com educação e saúde pública”, comentou Hélio José.

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