Secretária de Saúde Paula Luisa participa de sessão na Câmara e responde questionamento de vereadores

Durante a sessão, parlamentares apresentaram várias dúvidas à gestora da pasta de saúde
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Na noite desta terça-feira (21), a secretaria municipal de Saúde de Cícero Dantas (BA), Paula Luísa, participou da sessão remota da Câmara de Vereadores, e falou sobre as ações que tem sido desenvolvidas e realizadas na cidade para o enfrentamento à Covid-19. Ela havia sido convocada na terça da semana passada a prestar esclarecimentos do trabalho de sua pasta durante a pandemia.

Ao longo de sua participação, a gestora respondeu as dúvidas explanadas pelos parlamentares, mas antes fez uma exposição inicial do trabalho executado pela secretária nos últimos quatro meses, visando o combate à nova ameaça epidemiológica – a divulgação de informações e orientações nas redes oficiais e por meio de carros de som, o treinamento de profissionais de saúde, a montagem de barricadas e toldos instalados em frente a agências bancárias, a disponibilização de lavabos e do Disk Covid para o oferecimento de denúncias, e a construção da Ala Covid foram alguns dos assuntos mencionados por Paula Luisa.

A secretária também fez um comentário a respeito de custos envolvidos nos trabalhos empreendidos pela pasta até aqui e que tem sido gastos na compra de equipamentos, na folha salarial, insumos e custos com o pessoal alocado em barreiras sanitárias. “Recebemos em abril uma parcela única de R$ 187 mil, foi o primeiro valor que recebemos de Covid. No mês de maio, através de uma emenda de bancada da Bahia nós recebemos R$ 90 mil. Em junho, nós não recebemos nenhum recurso refente ao Covid. E em julho, recebemos o valor de R$ 59 mil para a compra de equipamentos, que já chegaram e se encontram no hospital para serem colocados na Ala Covid (…) alguns inclusive, já houve a necessidade de serem utilizados e já estamos fazendo uso (…) e no último dia 15 recebemos o valor de R$ 1 milhão e 300 mil, através de três recursos parcelados de 500, 500 e 300 mil, além de um repasse da prefeitura no valor de R$ 40 mil”, relatou a gestora, lembrando que do montante adquirido, a pasta ainda tem R$ 1 milhão e 308 mil em saldo, para investimentos futuros.

QUESTIONAMENTOS DOS VEREADORES

O primeiro vereador a apresentar indagações sobre o uso de recursos financeiros pela administração municipal foi o vereador Nininho de Nedito, da bancada de oposição. Agradecendo a presença da secretária Paula, ele disse que falta transparência dos gastos realizados em torno do combate à Covid e que as ações não têm correspondido ao quantitativo financeiro enviado à cidade.

“Não vou discordar do valor que a senhora falou que o município recebeu, mas discordo no tocante ao Portal da Transparência. Nós não temos nada publicado em relação à Cícero Dantas no que diz respeito ao coronavírus. E se tiver, eu desconheço, pois até então, não vi nada. Via senhora falando no que foi gasto dos recursos, vi a senhora falar em barreira, veículo de som, em Disk Covid, lavabos, desinfecção, distribuição de alimentos, mas a barreira sanitária a gente está vendo que tá funcionando também como máquina de votos, ali nós vemos pessoas desqualificadas, não todos, mas adolescentes que passam pra gente que estão ganhando um bolsa-voto no valor de R$ 300,00. O veículo de som, acho que tem mais de dois meses que a gente não vê transitado na cidade; os lavabos, sabemos que existe, mas poucos são usados; e a distribuição de alimentos, eu desconheço por total, nunca ouvi falar”, comentou Nininho, cobrando também uma maior agilidade nas obras de reforma do hospital municipal.

Respondendo ao vereador, a secretária Paula Luisa afirmou que as obras do hospital não estão sendo realizada com os recursos destinados ao combate á Covid, mas por meio “emendas parlamentares que já vinha sendo aplicadas na reforma”. Ela também disse que “o carro de som está rodando diariamente nas ruas” e sobre o Portal da Transparência comentou que a responsabilidade é do setor de Contabilidade do município e convidou o parlamentar a visitar a secretaria para poder sanar maiores dúvidas.

Nininho também questionou a quantidade de contratações na área de saúde do município, que segundo ele, têm ocorrido em número exagerado desde o início da pandemia: “Foram várias e várias contratações e a gente procura esse povo e não vê. Não sabemos onde está tanta gente contratada, muitos com valores altos e a gente não tem acesso”. Há respeito disso, Paula Luisa diz desconhecer as afirmações e acreditar que elas são infundadas: “Não houveram essas contratações em massa como ele está citando. Se nós contratamos funcionários para estar a frente de triagem de hospital e barreiras, é pela necessidade do município, e não por prazer do gestor em estar contratando.”

Vereador Nininho durante fala nesta terça (21) – Reprodução / Facebook

Quem também trouxe questionamentos à secretaria foi o líder da oposição, Nenê de Nedito. Para ele, o “município deixa muito a desejar” no combate à pandemia; o vereador sugeriu que a administração passe a comprar testes rápidos ao invés de esperar a entrega pelo Governo do Estado e que seja disponibilizado um espaço exclusivo para as pessoas que estejam infectadas pela Covid-19 e lamentou a falta de uma estrutura para tratar casos de emergência: “A gente não vê ainda o hospital ou uma área normal de saúde como o posto Nossa Senhora do Bom Conselho ter uma estrutura té hoje montada para uma emergência.”

Após a fala de Nenê, a secretária buscou responder os pontos levantados pelo vereador e afirmou que quanto a uma área especial para o tratamento dos pacientes com coronavírus, foi feito um contato com a filha do Dr. Horley Ramos, na tentativa de alugar o espaço da clínica homônima: “É uma unidade pronta, que já estava nos moldes para acolher a população sintomática respiratória e sintomática de Covid. Na época, nós não tínhamos nenhum caso positivo ou suspeito, e infelizmente ela não aceitou a proposta. Não sei se por motivos familiares ou particulares, não questionei, é um direito dela como proprietária e sócia da clínica”.

Quanto aos testes, ela disse que mesmo mantendo um estoque na secretaria, um novo pedido já foi feita pela prefeitura: “Estamos aguardando chegar novos testes via aquisição e não, disponibilização pelo estado. Vamos realmente ampliar a testagem, mas sempre seguindo os critérios, não podemos tetar aquelas pessoas que não têm os sete dias de sintomas e de contato com um caso positivo.” A respeito da possibilidade de isolamento dos contaminados, a secretária explicou que “os contactantes, na maioria das vezes, já estão positivados no momento que a gente diagnostica o primeiro caso na família.”

O vereador Zé Domingos também aproveitou a oportunidade para expor suas dúvidas sobre o que pode ser feito no momento e perguntou especificamente sobre como está sendo proporcionado o suporte aos pacientes e famílias de mais baixa renda com casos de contaminação: “Devido ao isolamento, essas famílias têm até reclamado que a atenção da secretaria de saúde não tem chegado ao alcance da demanda.”

O parlamentar Zé Domingos indagou secretária sobre situação de pacientes de baixa renda – Reprodução / Facebook

Em resposta, Paula Luisa, falou do papel da Assistência Social, que em suas palavras, tem prestado uma importante contribuição: “Hoje a gente trabalha em parceria, estão doso unidos por um bem comum. E a secretaria de Ação Social vem nos dando esse suporte em relação a cestas básicas e produtos de higiene pessoal, porque os pacientes não devem sair de suas casas, nem seus familiares. Está a cada dia mais organizado; hoje, quando o paciente é positivado, uma listagem é entregue à Roberta, assistente social responsável para o suporte a esses pacientes de vulnerabilidade social e família carente, que vai fazer a entrega desses produtos.”

Outra dúvida trazida à secretária Paula Luisa, desta vez pelo vereador Márcio Amaral, foi a respeito do fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a servidores que atuam em postos de saúde e se estes estão recebendo o treinamento adequado para fazer os testes nos pacientes.

A gestora esclareceu que há três tipos de EPIs: “Existe uma diferenciação entre o EPI usado para uma coleta (swab), um EPI para um teste rápido em uma unidade e o voltado para os demais profissionais. Hoje, a gente faz tudo baseado nas notas técnicas do Ministério da Saúde, inclusive, é permitido o uso de máscaras de pano nos setores administrativos. Porém, para fazer uma distribuição de EPIs de forma homogênea, nós distribuímos máscaras cirúrgicas para todos os profissionais das unidades, não distinguindo entre um médico ou o pessoal da limpeza, por exemplo. E uma enfermeira da unidade ou médico que vá coletar o teste swab, que pode gerar uma secreção, usa aquele macacão, que acredito que as pessoas já viram. E para vocês terem noção, um profissional para fazer a transferência de um paciente, tem que usar o macacão, uma bota, óculos, máscara n-95, o protetor facial e uma touca, e nós temos toda essa paramentação.”

Redação de Sertão em Pauta.

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