Dando prosseguimento à série de entrevistas com os parlamentares de Cícero Dantas (BA), o Sertão em Pauta publica nesta segunda-feira (24) a conversa que a sua reportagem teve com a vereadora Eugênia de Evangelista (Avante), na última semana, na qual ela falou sobre diversos assuntos como sua inserção no meio político, as dificuldades ao longo da trajetória como parlamentar, os projetos para os próximos anos e o momento político-administrativo da cidade.
Eugênia é filha de ex-vereadores do município. Sua mãe Lourdinha, foi parlamentar entre 1997 e 2000; já seu pai, foi eleito por duas oportunidades, em 2000 e 2008. Com apenas 28 anos, ela já também já conquistou vitórias em eleições para o legislativo por duas vezes, em ambas, com mais de mil votos, e na primeira disputa (em 2012) se sagrou a candidata mais votada da cidade, mesmo tendo entrado na metade da campanha, substituindo o seu pai, em função de problemas na Justiça Eleitoral.
Esse ótimo desempenho eleitoral, no entanto, não se mostrou suficiente para empolgá-la na busca por um terceiro mandato em 2020. Decepcionada, por, segundo ela, não ter conseguido colocar em prática seus projetos para o município, Eugênia revela, na entrevista, que não voltará mais a se candidatar e que deve seguir a carreira de advogacia.
Formada em Direito e com licenciatura em matemática, Eugênia, que é também é assistente administrativa no Conselho Regional de Medicina de Sergipe e chegou a atuar como professora por dois anos, acredita que como advogada pode ver seu trabalho produzir resultados e assim,
alcançar a satisfação que não conseguiu obter como vereadora nesses seis anos e meio de trabalho.
Apesar da decepção com a política, ela não economiza nas críticas à atual gestão do município, que segundo a parlamentar, tem falhado em pontos como a educação e a infraestrutura. Ainda de acordo com Eugênia, se o grupo dos Jacus estiver unido para as eleições de 2020, a vitória deve ser conquistada de “forma tranquila”.
Confira a entrevista completa feita pelo Sertão em Pauta com a parlamentar, a seguir:
Sertão em Pauta – (S.P.): Como se deu a sua inserção na política? Foi por livre e espontânea vontade ou por pressão dos familiares?
Eugênia de Evangelista – (E. Ev.): Não, não foi por pressão familiar, mas não era um sonho meu. Minha família está na política há muito tempo. Foi meu pai quem trouxe as creches para a cidade; as creches começaram a ser construídas aqui há 30 anos (…) começou com uma casinha, até que começou a crescer e a gente conseguiu manter 12 creches. Então, tinha todo um trabalho envolvido, aquela coisa de que como já fizesse parte da nossa vida. E quando houve a possibilidade de ele não poder ser candidato, eu me coloquei à disposição para tentar não deixar parar esse trabalho, pra tentar continuar realizado há muito tempo. Então, eu entrei nessa estrada.
(S.P.): A senhora conseguiu na primeira eleição uma votação muito expressiva, e acredito, que até surpreendente, que lhe deu o primeiro lugar. Mas imagino, que a disputa pelo segundo mandato, tenha sido uma decisão mais da senhora, não?
(E. Ev.): Na verdade, eu continuei por um segundo mandato porque o povo me escolheu também. Não foi uma escolha só minha, o povo teve que votar e acreditar. E como toda a família e amigos me viram como bom nome, pois a maioria dos nossos eleitores são amigos, que confiam na gente me viam como um bom nome, como uma pessoa que poderia estar representando, que tinha feito um bom trabalho, que quando eu coloquei o projeto do 13º dos servidores para receberem no aniversário e todo mundo que chegava a mim pedindo para fazer um projeto, eu fazia. Inclusive, esse projeto que eu fiz, que foi muito bom tanto para a prefeitura como para os servidores, foi um projeto que um amigo me apresentou. Então todas as ideias de amigos, eu lançava. Às vezes, passava; outras vezes não. Mas, eu estava ali fazendo o que o povo queria, e eles tinham essa acessibilidade. Então, eu acreditei que poderia continuar e foi por conta da confiança que tanto as famílias como os amigos em mim.
(S.P.): Apesar de herança do seu pai, da trajetória longa na política e dos ensinamentos que com certeza ele deve ter passado eu acredito que existem elementos que a senhora teve que adaptar para a política atual. Quais pontos que a senhora acredita que precisou remodelar e apresentar de outra forma para o eleitor e na atividade Legislativa?
(E. Ev.): Na verdade, não só o meu pai, mas todos os vereadores mais antigos sempre trabalharam dando muita assistência. E até eu achava que é que o papel do vereador era dar assistência; e foi assim que a gente cresceu, a gente via os vereadores dando assistência.
(S.P.): Ajuda direta do vereador, não é?
(E. Ev.): Mas, isso não é o papel do vereador. É bom dar assistência? Sim, a gente quer ajudar o outro, porém a podemos fazer bem mais do que isso. A gente pode pensar em projetos, em coisas que fiquem ali, mesmo que um dia saiamos do poder, que fiquem e marquem. E era isso que eu queria. Que as pessoas e a juventude viessem a mim me dando ideias. Porque, eu estava ali, na minha cabeça, representando a juventude, mas eu não tinha todas as ideias, queria que as pessoas me ajudassem, que elas me dissessem o que eu podia fazer. No início, eu tinha meio que uma ilusão de que tudo ia mudar o mundo, entendeu? Que agora teria esporte, lazer (…) só que é frustrante. E eu fui situação no primeiro mandato, sou oposição no segundo e tanto em um como no outro (..) pelo menos eu, vejo um pouco como desanimador. Às vezes, acabo não acreditando mais na política.
(S.P.): A senhora falou agora, que teve um mandato como situação e está tendo o segundo, já além da metade, na oposição. Quais os desafios peculiares de cada um dos dois e em qual posição acredita a atuação seja mais difícil?
(E. Ev.): Na verdade, tanto na oposição como na situação há a parte positiva como a parte negativa. Por exemplo, na situação você acha que por estar ali, eles têm o dever de estar te ouvindo, e você acaba se frustrando, porque nem todo mundo é igual e quando você vê alguma coisa errada, tentar consertar, e não é ouvido, você acaba levando a culpa também. E você como oposição é horrível, pois não tem como dar assistência ao nosso povo, não tem mesmo e isso é gritante. Quando se diz que a saúde e a educação é para todos, a gente sabe que deve ser assim, mas sabemos também que não é verdade. Para mim conseguir uma vaga na secretaria de saúde, para levar alguém ao médico é muito difícil, é praticamente impossível, tem que tirar do nosso. E a gente vê coisas, que (…) por exemplo, a cidade está se acabando, para mim, a cidade tá se acabando, e porquê? As pessoas, principalmente, dos povoados, estão se sentindo abandonadas. As escolas (…) muitas crianças pararam de ir por causa do transporte, e eu lembro que no tempo que eu era da situação, a oposição fazia denúncias, o Ministério Público caía em cima e a gente ia fiscalizar carro por carro e ver ser funcionava. Hoje, a gente faz denúncias, e parece que as engavetam, não saem do lugar, e a gente fala, fala, fala até perder a voz. E aí, chega um momento que você cansa, parece que está sozinha ali (…) e a gente vê que tá gritante mesmo, o pessoal da Limeira não tem nem como vir mais para cá com o próprio carro, porque não tem mais nem estrada. Ele esqueceu Pindorama, perdi a conta de quantas vezes eu falei. Pindorama está sem esgoto, os alunos de lá estão todos em Heliópolis (estudando) e isso é perca pro município também, pois cada vez que o município perde um aluno, o que o governo mandaria para Cícero Dantas, vai mandar à Heliópolis. Na ilha, que é aqui vizinho, Fátima está mandando um carro pegar o povo do Mandacaru e da Ilha, porque eles (Prefeitura) fecharam o colégio da Ilha, que era um colégio referência. Nosso povoado Ilha era uma referência em gincanas, em tudo, quadrilhas (…) e estavam representando Cícero Dantas, em tudo que é lugar. Eu não vejo o motivo de fazer isso, pois a gente deveria incentivar, porque ali não era só uma escola, era uma família, um lugar de cultura, esporte (…) a quadra de esportes de lá, juntava o povoado todo e se fazia campeonato entre eles e eu achava aquilo tão lindo, que dizia querer ter nascido na Ilha, por causa daquele negócio. Aí, hoje na Ilha, ele fechou a creche e a escola, e mais ou menos 20 alunos entre Mandacaru e Ilha está indo para Fátima, e isso é perca para a cidade. Dizem que eu só falo das creches, mas falo, porque foi onde tudo começou e eu acho que a primeira infância representa o primeiro contato com o social e o que gera a personalidade, e isso é muito importante, além de ser um direito da criança. É tanto que na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) como no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), se fala que se a criança não conseguir um espaço em uma escola pública, pode-se recorrer para que o município pague na rede particular, de tão importante que é essa primeira infância. Ele fechou a de São João da Fortaleza e a do Juá, agora só estão funcionando duas. E quando eu fui falar sobre isso, comentar na sessão com o secretário de educação (Felipe Castro) ele me fez passar de mentirosa (…) que eu não conhecia, que isso e aquilo, que tava funcionando sim, que em Campinas de Castro tava funcionado sim (…) em Campinas de Castro, foi construída pela associação, há pouco tempo, um prédio novíssimo. O prédio estava todo reformado, todo adaptado, forrado, com ar condicionado, com tudo e me contaram essa semana que tiraram as postas, que está fechado e estão levando as coisas e está fechado. Mas, ele disse naquela sessão que tava funcionando sim. Sabe … é muita propaganda, eles jogam propaganda e vem para cima da gente, como se fosse nos convencer no grito. Eu saí ontem na rua, eu estava morrendo de medo do meu carro ficar na estrada, não sabia de qual buraco desviar, tá toda esburacada a cidade. Mas, eles colocaram o negócio da propaganda, que realmente deu certo na campanha, de que era o novo, mas era para eles fazerem o que prometeram e não continuar fazendo propaganda.
(S.P.): Agora, voltando a falar um pouquinho da atividade legislativa, a senhora tem formação em licenciatura em matemática e atuação na área, além de bacharelado em direito. Como essas duas trajetórias influenciaram na sua atividade parlamentar?
(E. Ev.): Matemática eu ensinei, durante um tempo, no Navarro (Colégio Estadual Professor Luiz Navarro de Brito). Quando você passa a ser um educador, você aprende a lidar com pessoas, e eu lidei com muita gente, eu ensinava há jovens e adultos, e você sabe o que necessita para estar ali. Então, você sabe o que é ser professor e aluno … as necessidades, então, você sabe na pele o que é, e quer estar ali. E, por exemplo, quando o prefeito disse que ia priorizar os estudantes, eu imaginava, quando ele ganhou, que se ele fizesse tudo que o que falou, seria um negócio bom. Mas, aí, ele cortou os carros para Paripiranga para incentivar o povo a estudar. Temos faculdade em Paripiranga e em Pombal, ele não dá ajuda de custo nenhuma aos alunos, o que antigamente tinha. Temos uma casa de estudantes em Aracaju, mantida pela prefeitura, já há uns 18 ou 16 anos e para essa casa, onde todo mês era mandado alimento, além de ser pago o condomínio e o aluguel e eu queria que tivesse uma casa dessas também em Salvador, porque é a nossa capital e muita gente sai daqui para lá. Só que nem consegui, tentei no mandato de Helânio (…) fiz, muitas vezes, indicações (…) e a de Aracaju está se deteriorando. Tem gente lá, que não está estudando, que realmente precisa, para terminar os estudos, mas parou de dar a alimentação. A gente fez denúncias e denúncias, e no ano passado eu fui ao lado dos vereadores Jackson Almeida e Abelardo fazer uma entrevista e perguntar se estava indo a merenda, porque tinha dito que nunca mais tinha ido e o pessoal estava, realmente, passando necessidade, e não estavam trabalhando, pois estavam ali para estudar. Foi quando disseram que estava tudo resolvido, que no dia seguinte chegaria a merenda.
(S.P.): Quem falou isso?
(E. Ev.): O pessoal da casa disse que tinham ligado para eles informando que no outro dia chegaria a alimentação. Aí, disseram que chegou em um volume de metade da metade do que deveria ser entregue em um mês e com muitas coisas já vencidas e foi a última vez. Ou seja, eles só mandaram porque a gente foi lá. Então, na educação, eu queria que pudesse ampliar, porque muitos alunos que tive, na época, tinham aquela coisa de terminar o segundo grau e ir para São Paulo. Era uma coisa certa. E não foi assim que eu cresci, nas escolas em que eu estudava na era assim. A gente era direcionado a terminar o segundo grau para entrar em uma faculdade, e eu queria que eles soubessem que poderiam entrar em uma faculdade, queria que tivessem essa acessibilidade; que toda criança que entrasse hoje, entrasse sabendo que ela precisa passar pelo ensino infantil, fundamental, médio e depois buscar qual a sua área (no ensino superior) para ter a sua profissão. Você crescer com um sonho é muito bom, algo diferente de crescer pensando que vai ser parte do sonho de alguém, que vai trabalhar na empresa de alguém em São Paulo para ganhar um salário mínimo. Não queria que isso continuasse.
(S.P.): Na atividade legislativa e mesmo na campanha, a senhora já chegou a perceber algum olhar preconceituoso pelo fato de ser mulher e jovem?
(E. Ev.): Já, na primeira campanha mesmo eu escutava que as pessoas diziam assim: “Coitada! Tá pensando que vai ter metade dos votos do pai. Coitada! Não tem experiência nenhuma, uma moleca dessa, uma menina!” Mas, isso nunca me afetou ou me desanimou, porque eu cresci com aquele pensamento de que eu poderia ser o que eu quisesse, que eu tenho a mesma capacidade de todo mundo.
(S.P.): Há alguns alguns meses, a senhora pediu licença de prazo máximo de 30 dias da Câmara, em virtude de um processo cirúrgico no joelho, ao qual teve que se submeter. O vereador Afonso, acabou assumindo, mas em quinze dias, a senhora acabou retornando à casa. O que te fez retornar de forma tão rápida?
(E. Ev.): Eu sou concursada em Aracaju, trabalho quatro dias lá e trabalho aqui. No caso, acumulo os cargos, e eu tive que sair para fazer a cirurgia no joelho; na verdade, ainda tenho que fazer outra cirurgia. E quando saí do trabalho lá, eu passei um tempo deitada aqui, de cama e quando fui fazer a revisão lá, eles me disseram que eu fui encaminhada para o INSS e pediram que eu visse como ficaria minha situação, já que eu não pago INSS lá, e sim aqui. Como não sabia se tinha que me afastar dos dois, e se poderia surgir algum problema. Aí, foi quando pedi o afastamento provisório da Câmara, porque seria o tempo no qual eu faria a perícia e perguntar no INSS, se eu poderia continuar atuando. E em momento nenhum, imaginei que Afonso fosse tomar posse, até porque a lei orgânica, como também a constituição do estado da Bahia e a Federal falam que somente em casos superiores a 120 dias se convoca o suplente. Então, como é que ele (Presidente da casa Abelardo Junior) iria convocar se o meu afastamento era só de 30 de dias. Então, achei uma surpresa. Mas, também como eu estava acamada e doente, tentando voltar a andar pensei que o que cabia a mim naquele momento era cuidar da minha saúde, por conta desse problema que tenho desde a infância. Até porque Afonso faz parte da minha coligação, e se faz parte da mesma coligação, faz parte do mesmo grupo, então, não tinha também porque eu ficar preocupada. Só que aí teve uma votação (que reorganizava sistema de ensino municipal) e ele acabou não seguindo o entendimento do nosso grupo. Depois, eu me sentei com os vereadores Nininho, Jaquinho e Nenê, para conversar sobre a possibilidade de eu voltar, pois Afonso mostrou que não estava fazendo parte do nosso grupo. Aí, Jaquinho me sugeriu esperar para obter uma resposta do INSS sobre se eu poderia voltar ou se eu teria que continuar afastada dos dois. Assim, quando fui para a perícia, fui explicada que como tinha dois vínculos, mas em cargos diferentes e como não preciso ficar seis horas seguidas sentada, o que acontece em Aracaju, não teria motivos para estar afastada do cargo de vereadora. Então, no mesmo dia, eu pedi a volta à Câmara.
(S.P.): E a que se devem, então, esses boatos de que a senhora de afastaria definitivamente da atividade legislativa?
(E. Ev.): Quando eu entrei na política eu aprendi que tem pessoas que gostam de você e outras te odeiam, sem nem te conhecer. “Se você for de meu grupo eu gosto, de você, mas não for eu te odeio.” Então, parece que é um ódio muito grande que existe, e você começa a difamar a outra pessoa, como se tivesse direito: “ah, ele é político, eu posso dizer o que eu quiser, posso dizer que ele é ladrão”. E eu aprendi isso de forma muito dura, vivendo isso. Mas, também entendi uma coisa, que não devo explicações a quem não gosta de mim, que não votaram em mim e não se sentem representadas por mim. Devo explicação às pessoas que confiam e votaram em mim. Por isso, acho que não foi necessário eu ir no grupo (de WhatsApp) gritar, até porque não faz parte do meu ser. E aí, começaram a dizer que eu tinha me vendido e que sairia do mandato, deixando Afonso no lugar e que já tava tudo certo, que eu até já tinha assinado.
(S.P.): A senhora falou sobre os demais parlamentares de oposição. Como é o seu relacionamento com esses colegas e como suas ideias são aceitas pelo grupo?
(E. Ev.): A minha relação com a oposição é ótima. Na verdade, tanto Nenê como Jackson, eu tenho não só como colegas, mas como amigos. E Nininho, eu não tinha muita proximidade com ele no início, pois não fazia parte do nosso grupo, mas ele se mostrou muito fiel e a gente acabou acolhendo ele de uma forma muito carinhosa. Tanto que recebo eles na minha casa, e eles também me recebem com a maior alegria na casa deles. E não vejo que minhas ideias sejam colocadas para eles de forma ruim; a gente sempre conversa. Às vezes, têm algumas ideias que não batem, mas sempre chegamos a um consenso.
(S.P.): Já com seis anos de atividade política, não te incomoda ainda ter o seu nome tão associado ao do seu pai?
(E. Ev.): Não me incomodo, até porque, é um sonho dele e eu continuei um trabalho dele. É tanto que estou saindo, não quero mais me candidatar, não consegui fazer o que queria fazer, e isso não fazia parte de meus sonhos. Então, ele vai voltar à posição de político, e eu queria ser conhecida na política, realmente, como a filha de Evangelista, porque agora quero construir minha marca como advogada. Então, como advogada quero ser conhecida como Eugênia.
(S.P.): Então, a senhora acredita que o trabalho que não conseguiu desenvolver na política, por conta de determinados empecilhos, vai poder agora exercer na área do Direito.
(E. Ev.): Com certeza, é uma paixão, pois quando você faz algo vê que ao menos está andando e alguém está escutando. Já é uma coisa totalmente diferente de estar fazendo indicações e não ter nenhuma resposta. Você faz questionamentos e eles nem leem.
(S.P.): E como a senhora tem visto o cenário político para as eleições de Cícero Dantas? Como a senhora acha que o grupo dos Jacus, do qual faz parte, deve chegar para o pleito?
(E. Ev.): Eu acredito que se o grupo dos Jacus consegui ficar unido, independente de quem seja o escolhido, a gente consegue ganhar a eleição de uma forma tranquila, eu vejo Cícero Dantas, hoje, em crise. Agora, se houver uma separação, eu acredito que não. Então, eu estou torcendo aqui para que todo mundo se junte em torno de um nome. Tem até alguns nomes que já foram lançados.
(S.P.): E quais nomes possuem maior possibilidade de serem escolhidos?
(E. Ev.): A gente tem ouvido falar em Jaquinho, Nininho, além de Cael. Mas, ainda não existe o candidato certo.
(S.P.): Queria que a senhora falasse de alguma referência política na qual se espelhe e tenha te inspirado na sua trajetória como parlamentar. Algum líder, que não seja seu familiar, é claro.
(E. Ev.): Eu não tenho nenhum político de fora, que tenha colocado como referência. Mas tenho visto, aqui dentro, alguns colegas, que acho bonito o seu jeito de atuar. Acho bonito o jeito de atuar de Jaquinho, Nininho … e Nenê, e não é porque são do meu grupo, pois, no tempo em que eu era da situação, também achava o jeito de atuar de Washington (atual secretário municipal de Infraestrutura), que era da oposição, porque ele estava o tempo todo ali, denunciando e denunciando. Só que depois que ele se transformou em secretário, ele se tornou exemplo totalmente negativo (…) ele falava muito de um quebra-molas em frente à Igreja, e hoje ele é secretário de infraestrutura e não consegue fazer um quebra-molas. Hoje, ele está com o poder de fazer, de mandar assinar e fazer, e ele não faz. Então, eu vi que era muita falácia, é só mídia. Mas, também tem outra coisa que acho bonita nos políticos, que é a assistência que eles dão, e isso falando de todos eles. Até porque não é uma atividade do vereador, mas todos eles dão assistência.
(S.P.): Para finalizar, a senhora irá interromper a sua atividade como política a partir do próximo ano, e seguir para o campo do Direito, mas, acredita que pode voltar a disputas daqui a algum tempo?
(E. Ev.): Não, é uma decisão definitiva. Agradeço aos amigos e eleitores que me apoiaram durante esse período, porém, não quero mais ser candidata a nada.