A Comissão do Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) realizou na última quinta-feira (11), uma visita à Barragem de Araci, também conhecida como Açude do Poço Grande. A ida ao reservatório faz parte de uma agenda da comissão que tem como objetivo inspecionar as condições de barragens pelo estado.
A comitiva que foi à Araci contou com a presença do presidente da comissão, o deputado José de Arimateia (PR), do deputado Aderbal Caldas (PP), de diversos vereadores, engenheiros técnicos da região e do presidente da Câmara Municipal de Araci, Jefson Miranda Cardoso Carneiro (PSC), popularmente conhecido como “Jefinho Carneiro”.
Recentemente, o coordenador-substituto do Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra a Seca) na Bahia, Raimundo Goethe afirmou em audiência pública na AL-BA, que a Barragem de Araci possui rachaduras ao longo do seu coroamento, mas isso não representa um risco eminente de rompimento.
Essa opinião, no entanto, não é compartilhada pelo engenheiro agrônomo e assessor-técnico da comissão, Eduardo Macário, que se fez presente na inspeção. Para ele, é necessária uma ação urgente do Dnocs para evitar futuros problemas. “As duas fissuras constatadas nessa barragem exigem reparação imediata. Em casos de chuvas intensas, ocorrerá erosão a partir dessas fissuras, com risco real de rompimento”, revelou.
RELATÓRIO COLOCA BARRAGEM EM NÍVEL DE ALERTA
O próprio relatório da Agência Nacional de Águas (ANA) elaborado com referência ao ano de 2017, coloca a Barragem de Araci em nível de perigo 2; ou seja em nível de alerta e necessitando de uma recuperação, cujo valor estimado é de R$ 180.000,00.
Em reportagem no mês passado, o Sertão em Pauta apurou que no site do Ministério do Planejamento, há o registro de uma obra de recuperação do açude, que porém, ainda está em fase de ação preparatória e sem alusão a valores, em virtude da possibilidade de uso do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), um modelo licitatório mais curto e que barateia as despesas dos projetos. Registrada ainda no Governo Temer, ela seria de responsabilidade do antigo Ministério da Integração Nacional, atualmente chamado de Ministério do Desenvolvimento Regional.
COBRANÇA DE POSICIONAMENTO
Presidente da Comissão José de Arimateia comentou que o Dnocs precisa assumir a responsabilidade pelo açude. “A estrutura da barragem apresenta fissuras que precisam ser resolvidas imediatamente para que a comunidade não venha a sofrer com consequências severas. Em breve, estarei em reunião com representantes do órgão, na sede nacional em Fortaleza, para cobrar um posicionamento”.
Sertão em Pauta, com informações de AL-BA.