Com retorno de nativos, cidades do Nordeste Baiano veem aceleração da Covid-19 e aumento da população

Centenas de pessoas chegaram a cidades da região e com isso, acabaram também trazendo a Covid-19 às suas cidades natais
nordestinos voltam a cidades do interior
17º BPM | Reprodução - Imagem Ilustrativa
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Com a chegada da pandemia da Covid-19 ao Brasil, um fenômeno migratório em massa começou a ocorrer em sentido inverso ao qual a população do Nordeste Brasileiro havia tornado a ver nos últimos anos. Milhares de nativos de cidades do interior, que residiam em centros do sul do país e até mesmo em capitais nordestinas, passaram a voltar aos seus municípios de origem, por conta da paralisação generalizada das atividades comerciais e produtivas naqueles locais.

Essa movimentação provocou ao menos dois efeitos imediatos nos municípios do interior nordestino: o primeiro é o sensível aumento populacional destes e o segundo e mais preocupante no momento, diz respeito ao aparecimento dos primeiros casos positivos do novo coronavírus nas localidades.

Quatro cidades do Nordeste Baiano estão vivenciando este panorama, como aponta uma matéria do Jornal Correio desta segunda-feira (22). Itapicuru, Nova Soure, Olindina e Ribeira do Amparo, todas com menos de 40 mil habitantes receberam um acréscimo populacional considerável nos últimos meses, em decorrência da pandemia e ainda registraram a presença do vírus da Covid-19 em algumas pessoas que retornaram dos grandes centros.

Segundo o jornal, em Itapicuru, por exemplo, que tem 35.576 habitantes, conforme estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 900 “filhos da terra” retornaram e destes, 40 foram diagnosticados com a doença, que da população local só chegou a atingir 12 pessoas até agora.

O mesmo cenário se repete em Nova Soure, que de acordo com Ernesto da Costa Lima, secretário de saúde do município, recebeu 850 pessoas, 36 dos 41 casos positivos são relativos a “viajantes”. Em termos percentuais, a cidade que tem 26.947 habitantes, conforme última estimativa, sofreu um acréscimo populacional de de 3,15%.

O aumento foi ainda maior em Ribeira do Amparo, onde residem 14.592 pessoas e o número de “migrantes” foi de 665, o que representa um elevação demográfica de 4,55%. Lá, dos 19 testes positivos, 12 são de indivíduos que retornaram de outras regiões: “A hipótese é que as outras sete tenham decorrido dessas 12. Estamos fazendo busca ativa para descobrir. Quem chega de outras cidades é monitorado pela Vigilância (Sanitária) e, no oitavo dia, é testado”, disse ao Correio, o coordenador da Vigilância Epidemiológica local, Dielson Tarcísio.

Já em Olindina, onde se estima morarem 28.229 pessoas, outras 644 desembarcaram nos últimos meses e em nove destas diagnosticou-se a Covid-19. “Cerca de 95% vieram de São Paulo”, revelou a secretária olindinense de Saúde, Sheila Matos ao jornal da capital baiana.

Apesar de as ações mais restritivas quanto à circulação de pessoas e ao funcionamento de estabelecimentos terem sido tomadas há mais de três meses e de boa parte dos serviços estarem sendo retomados – mesmo com a continuidade da pandemia – ônibus com dezenas de passageiros oriundos de regiões distantes continuam chegando no interior baiano, como pôde ser constatado neste domingo (21), quando um veículo foi interceptado por funcionários da prefeitura de Heliópolis e após a realização de exames, duas pessoas apresentaram testagem positiva para o coronavírus.

Redação de Sertão em Pauta, com informações de Correio da Bahia.

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