Depois de o prefeito de Heliópolis (BA), Ildinho e o secretário de Saúde Ebimael Carvalho anunciarem o registro do primeiro caso positivo de Covid-19 no município, na tarde deste sábado (20), o território do Semiárido Nordeste II chegou a uma estatística desagradável, mas que ao mesmo tempo parecia ser inevitável, todas as 18 cidades da região contam agora com ao menos um caso positivo da doença.
Apesar da notável aceleração da propagação da doença na região, a necessidade de se manter em casa como forma de combatê-la não tem sido assimilada pela comunidade da região, que conta com baixíssimos índices de isolamento, dia após dia.
O Sertão em Pauta que tem acompanhado frequentemente os níveis de isolamento nas cidades do território, já mostrou ao seu internauta, inclusive, que nas últimas semanas, a grande maioria dos municípios não consegue nem fazer um isolamento de 40% da sua população, e que em nenhum deles chegou minimamente próximo do índice de 70%, percentual considerado ideal pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Diferente disso, durante esse período de avanço da Covid-19 na região, foram inúmeros os casos registrados de festas, reuniões em bares, encontros políticos. Dentre estes podemos destacar, aliás a presença do prefeito de Nova Soure, Cassinho, em um passeio ciclístico no final de maio, e uma carreata realizada em Cícero Dantas na noite da última sexta-feira (19) por simpatizantes do grupo político dos Gaviões.
Enquanto isso, para se ter uma ideia da falta de rumo que reina na região, quando o critério é isolamento social, nenhuma das 18 cidades da região conseguiu um índice de 40% nesta sexta-feira, segundo a plataforma de geolocalização inLoco. Os destaques mais negativos ficaram para Euclides da Cunha (29,2%), Pedro Alexandre (29,7%), Fátima e Cipó (29,3%), e Coronel João Sá, que ficou nos incríveis 26,6%.
Os números só demonstram que a população da região não acredita no isolamento como forma mais eficaz de prevenção ao novo coronavírus e que não leva tão a sério o risco que a doença representa para a saúde das pessoas, atitudes que ganham força com a falta de pulso firme de várias autoridades políticas.
As próximas semanas vão revelar se esse comportamento despreocupado vai ou não levar a consequências mais graves e desesperadoras, já que somente agora, casos de transmissão comunitária parecem estar surgindo e sendo registrados oficialmente em boletins epidemiológicos. Como diz aquele ditado popular, parece que o povo decidiu “pagar para ver”.
Redação de Sertão em Pauta.