O Sertão em Pauta publica nesta segunda-feira (25), uma entrevista exclusiva com Nenê de Nedito (PRB), vereador em seu quarto mandato e hoje líder da oposição na Câmara Municipal de Cícero Dantas (BA), onde inclusive, já foi presidente por cinco oportunidades.
Dando continuidade à série de entrevistas que já fizemos com outros parlamentares municipais, falamos sobre sua trajetória política, projetos apresentados na casa, planos futuros e sobre as articulações para a eleição de 2020, já que Nenê é considerados uma das principais figuras do Grupo do Jacus.
Com 51 anos de idade, Nenê entrou na política por influência de seu pai, e desde que foi eleito vereador pela primeira vez em 2000, nunca mais saiu do cenário político. Prefeito em 2004, por conta da deposição da ex-prefeita Arelete e da morte do seu vice, Nenê criticou a administração do atual prefeito Ricardo Almeida (PP), quanto à morosidade no andamento de obras públicas, mas apesar de ser oposicionista, também elogiou o esforço do prefeito em trazer recursos para o município.
Na entrevista ao Sertão em Pauta, ele também afirmou que o Grupo dos Jacus que a relação com o PT municipal já está perto de “um noivado”, e que seu agrupamento também tem se aproximado de outras lideranças locais, que em 2016 apoiaram o prefeito Ricardo, como o empresário Kael.
Confira a entrevista completa a seguir:
Queria que o senhor falasse de início, sobre como se dá a sua entrada na política oficial de Cícero Dantas?
Olha, o ingresso do vereador Nenê de Nedito na política se deu através do meu pai, Nedito. Meu pai foi servidor público municipal, exercia o cargo de eletricista. Era uma pessoa que fazia muito trabalho social, principalmente na periferia da cidade, que tinha um carisma muito grande perante a sociedade. E em busca disso, meu pai resolveu lá em 1992, ser candidato a vereador.
Naquela oportunidade, nós não logramos êxito, perdemos a eleição por um voto; meu pai teve 280 votos e a eleita teve 281, mas isso serviu de estímulo e exemplo para a gente trabalhar mais dentro da política, e na eleição de 96, mais uma vez Nedito resolveu se candidatar a vereador, e fomos o terceiro mais bem votado da história de Cícero Dantas.
Já no ano de 2000, ao se aproximar do período de discussão política … acho que ele por ser uma pessoa muito ligada a Deus e que fazia muito bem, algo o tocou para que não fosse à reeleição de vereador e que ele indicasse um dos filhos. Então, tinha meu nome e o de Nininho, que fazíamos política juntos. Então, em uma certa feita, lá na casa da prefeita Arlete, as pessoas disseram para Nedito colocar Nenê de vereador, “porque ele é envolvido com esporte, com clube, tem banda, é uma pessoa que faz muita caridade, o povo gosta muito dele”.
Eu como eletricista do município era quem botava as gambiarras nas ruas, em festas, organizava as festas populares. Então, me tornei muito conhecido, e aí, em um certo dia, painho me disse: “olha, meu filho, o candidato vai ser você, uma coisa me diz que não vai dar pra mim, então seja candidato”. E aí, com o apoio de meu pai e de Nininho, que na época era uma liderança que nos apoiava, alcançamos o primeiro lugar na história de Cícero Dantas, como vereador mais bem votado.
No ano de 2002, meu pai faleceu, parece que algo disse a ele, para não ser candidato, se ele fosse vereador eleito, ele faleceria no exercício do mandato. Alguma coisa iluminou ele para que indicasse o meu nome, e em 2003, eu consegui a eleição para presidente da Câmara, fui candidato único, os treze vereadores que compunham a câmara votaram em mim e me deram a credibilidade de administrar aquela casa, fizemos um alto levantamento de tudo que existia na Câmara e como ela estava.
A Câmara era uma casinha que anteriormente funcionava até como uma Caixa Econômica Federal, não é o prédio que você vê hoje, e foi através de mim e do ex-presidente Evangelista, que levantamos aquele prédio, aquele gigante … o cartão postal do município, foi através do vereador Nenê de Nedito que se ergueu. Tudo que existe, de baixo para sair no terceiro andar, todos os gabinetes, todos os móveis, a infraestrutura do prédio, foi feito na minha administração.
E aí, no final de 2003, por conta de algumas ações de improbidade administrativa adentradas na Câmara por meio de populares, a maioria absoluta de vereadores acharam por bem, diante do que estava acontecendo no município, com funcionários com salários atrasados por três meses, comércio não rendia mais na cidade, garis fazendo greve na rua … então, a Câmara achou por justo afastar por noventa dias, a prefeita (Arlete) que estava no cargo, para levantar a real situação e depois (desse tempo) julgar o mérito do processo para prosseguir pelo afastamento definitivo ou ela retornar. Portanto, naquela oportunidade como o vice-prefeito havia falecido, eu como vereador e presidente da Câmara, assumi o destino do município, e três meses depois a mesma foi cassada, e eu terminei o mandato, em 2004, como prefeito.
Falando agora sobre isso. Como classifica a sua passagem como chefe do executivo de Cícero Dantas?
Eu classifico ela como uma experiência, e por quê? Nós, tínhamos naquela ocasião oito meses para tirar o município do caos, botar a folha de pagamento de funcionários em dia … estava atrasada novembro, dezembro e décimo terceiro de 2003 … regularizar a situação junto à Coelba, inclusive já estávamos com corte na iluminação púbica. A Embasa estava com os fornecimentos de água suspensos. Os credores, nenhum vendia ao município. E dentro desses oito meses (período para a próxima campanha eleitoral) nós não poderíamos deixar que o grupo que foi afastado, tirado do poder, retornasse.
Então, eu tinha mais que fazer política do que administrar, mas mesmo assim, diante de muitas dificuldades … da prefeita ter conseguido duas liminares para retornar ao cargo, e nessas liminares ela só retornava, quando o município tinha muito dinheiro, ou seja, quando a verba do dia 10 era volumosa. E ela quanto entrava, retirava tudo, sacava tudo no Banco do Brasil, através de cheques. E quando nós retornávamos, encontrávamos as contas no zero, e as folhas de pagamento e de credores, mais uma vez sem pagamento. Então, era mais um desafio.
Mesmo assim, quero dizer que a minha gestão foi onde recuperamos mais de 54 mil metros de calçamento na cidade. Naquele período, houveram as maiores chuvas na história de Cícero Dantas, ao longo de 100 anos. Aqui caiu 127 milímetros de água em dois dias; um verdadeiro dilúvio. Só de casas, caíram 300 residências, umas sem condição de recuperar e outras que nós recuperamos. A Prefeitura, através do prefeito Nenê, ajudou todas as famílias a erguer as suas casas. Trinta que não puderam ser reerguidas, nós conseguimos através do governo do estado, um projeto para construir 30 delas no Povoado Matadouro.
Construímos mais de 100 mil metros de calçamento, doados pelo governador da época, Paulo Souto. Fizemos uma das melhores festas de agosto, com quatro dias de festa, o dia da Missa do Vaqueiro, quando naquela época era missa mesmo, com a atração Forró Maior, no auge do seu sucesso. Na sexta-feira, tivemos Psirico, também no auge do seu sucesso. No sábado, com Harmonia do Samba, com aquela música “Vem Neném” que estourava em toda rede nacional, e no domingo botamos Zezinho da Ema, Selakuatro, Marrom Society, Xodó Calypso, colocamos um trio elétrico para fazer o intervalo. Um público estimado de mais de 30 mil pessoas por dia, então nós tentamos fazer o melhor.
Na ocasião, o selo da nossa administração foi fechado com chave de ouro e nós indicamos o nosso candidato a prefeito, que foi na época, o funcionário público Weldon de Zé de Isaac, e ganhamos a eleição com 3.930 votos na frente do nosso adversário. Isso foi uma comprovação que mesmo diante de todas as turbulências, nós procuramos zelar pelo funcionário público.
Vereador por quatro mandatos, queria que o senhor falasse como é ser parlamentar em duas posições distintas: situação e oposição.
Uma pergunta muito interessante, olhe bem … são posições distintas, quando você é vereador de situação você levanta uma bandeira de defesa, só defende, não ataca. Por mais que esteja errado, você defende. Como vereador de situação, você senta muito para negociar, discutir, para trabalhar as ideias da construção de algum objetivo em bairros, logradouros, fazendas. Enfim, você tá muito próximo do executivo, então não há um desgaste de entrar na Justiça, como se fosse oposição. Já quando se está do outro lado, é diferente; a procura para discussão na tentativa de resolver um problema é mais difícil. Então, aquilo que você acha errado, denuncia; e aquilo que acha está certo, se cala.
Mas, enquanto membro da situação, quais questões considera serem mais difíceis, inclusive na relação com outros vereadores?
Quando se é situação, há o ciúme. Quando você é muito próximo do prefeito, por ele reconhecer que você é um cara capaz, com boas ideias, que mais constroem do que destroem, aqueles que não têm uma ideia formada que muitas vezes se colocam próximo do prefeito para tentar algo para si e não para a sociedade ou onde ele representa, é um calo no seu sapato, no da administração e até do gestor. Quando oposição, não; você faz a sua parte lá, cada um vende seu peixe e estamos conversados. Mas, como situação é cada um querendo engolir o outro.
Como membro histórico do grupo dos Jacus, fale sobre quais que devem ser as características do candidato a prefeito do agrupamento, para as eleições do ano que vem.
O que nós tivemos como exemplo na eleição passada foi que se aproximou um candidato novo, que vendia uma ideia nova, muito de ilusão, pois não conhecia a realidade como gestão. Então, o que precisa de perfil é conhecer o município, vender ao eleitor uma ideia de construção, de que o município é capaz de fazer. A ideia de só dizer eu posso, eu faço … essa, o eleitor não compra mais, o eleitor vê hoje praticamente uma saúde em estado de socorro, uma saúde na UTI, a gente vê aí as obras, mesmo que estejam avançadas, são obras faraônicas; nada funciona.
E aí, eu faço uma pergunta ao repórter, porque a sociedade não reconhece como positivas, as obras da gestão? Porque são obras, praticamente, de fachada, para lavar dinheiro, e nada mais do que isso. Como é que uma obra de quatro milhões de reais no hospital não sai do lugar, e o povo é atendido no corredor; que obra é essa que não para? Você reforma sua casa com cem mil reais e deixa ela um cinema, e o cara gasta um milhões, dois milhões com uma obra que você vê que não sai do lugar. Então, essa ilusão de vender ao eleitorado e à sociedade de que eu faço tudo e quem não fez, não fez porque não quis, não cola mais e o perfil de um novo candidato é o de trabalhar com conhecimento, do “eu conheço o município, a sua realidade financeira e administrativa e vendo essa condição de fazer”, do “eu posso e você me conhece”.
A derrota dos Jacus em 2016 se deve a erros da gestão do grupo ou à conjuntura política da época?
Olhe bem, eu não acredito que houve erro administrativo, pois se você parar e equilibrar as duas administrações, a atual e a passada, elas não são diferentes. Se o prefeito atual conseguiu inúmeras obras, com o gestor passado não foi diferente. Ele conseguiu seis postos PSFs, três ginásios de esporte, dois colégios modelo, inúmeras obras de calçamento, asfalto, a obra do INSS … pagava funcionários em dia. Foi o melhor gestor em termos de salários, da região, honrava a folha de pagamento.
O nosso erro que levou a perder a eleição foi de uma situação política. Quando o prefeito Helânio se colocou na condição de não ser mais candidato e nós indicamos o nome do ex-prefeito Weldon, o nosso erro foi de não lapidar a pedra de uma equipe que estava conosco que era a do PT, simplesmente ignoramos a passagem do PT em nossa gestão, e o PT é muito importante, um fiel da balança nas nossas eleições. Depois, o candidato foi para um partido que não tinha um bom reconhecimento político e administrativo em nosso município, que é o DEM, de ACM Neto e ACM.
Ao contrário, aqui o povo endeusa o PT, a fome e a miséria deixaram de pairar por aqui quando Lula assumiu o poder. Portanto, chegou-se aqui os benefícios, sempre foi um dos municípios bem servidos pelo PT, e esse reconhecimento é do eleitorado dele. Então, na nossa perca do PT, na vinda do prefeito Weldon e na não consolidação do nosso grupo em fazer política para eleger o prefeito, e fazer só para eleger vereador, culminou com a nossa derrota.
Provavelmente, em breve, devem ser colocados os nomes do grupo para a disputa pela Prefeitura em 2020. Como é que o grupo dos Jacus tem se articulado? Já pensam em quais seriam esses nomes? Queria saber também se já houve conversas com o PT e outros grupos importantes na cidade.
Como eu disse, em uma reportagem anterior, dentro do nosso grupo tem pairado (a ideia) para tentar unir o máximo de forças possíveis. Temos a nossa liderança maior que é o prefeito Weldon, que também é um dos pré-candidatos do nosso grupo, temos também o nome do vereador Nininho, que veio da situação para nos dar sustentação política, e o do vereador e empresário Jackson, além do namoro, quase que noivado com o PT … a deputada Fátima Nunes, que quando esteve conosco recebeu a maior votação política de Cícero Dantas; o grupo honrou com os compromissos que estabeleceu com a mesma, tanto o prefeito Weldon, que obteve o apoio dela, como o prefeito Helânio … então, nós abrimos as portas para outras lideranças e outros grupos, e achamos neste momento, que esses grupos que estão parando para pensar e poder analisar, irão fechar conosco. Nós faremos uma aliança boa e a eleição de 2020 é muito promissora para o grupo dos Jacus.
Esse namoro com o PT pode ocasionar com a indicação de um nome do PT para a cabeça de chapa?
A gente não diz que nunca é impossível, porque a partir do momento que você diz que não vota, também se fecha a porta para ser votado. O PT, por sua vez, tem a nobre líder deputada Fátima Nunes e queira ou não, ela é representante política, então a gente fazendo um compromisso com ela, de dividirmos o bolo da administração com sua equipe, já é um bom tamanho, para a gente vir a administrar não sozinhos, mas conjuntamente … Weldon, Jaquinho, Nininho, Deputada Fátima Nunes, Jean Nunes, hoje o Kael, que está se aproximando do nosso grupo e inúmeras lideranças que estão se aproximando, os pequenos partidos, as pequenas lideranças que estão nascendo.
A gente vê aí o Batatinha com a sua equipe, João Almeida com sua equipe, temos visto que grupos que até então fecharam com o prefeito na eleição anterior, hoje não estão mais com ele, e isso abriu uma lacuna grande. Hoje, o prefeito, perdendo o PT e esses pequenos grupos que o apoiaram na eleição passada e o Nininho estando fora, marcha enfraquecido. Pois hoje, é conhecimento de toda a sociedade que o prefeito Ricardo goza de uma impopularidade tamanha.
E isso é do perfil dele, não é que ele seja uma má pessoa; eu sei lidar com ele, é um cara fino, educado, lhe trata bem, não é aquele cara de estar discutindo em meio de rua. Agora, isso é da pessoa, ele conseguiu uma impopularidade que hoje para se tirar não é fácil. A gente vê aí o Zelito Ribeiro, que cantou a pedra de que Ricardo era traidor, não merecia ser prefeito, um zero à esquerda, não sabia administrar, que o botou para fora como um incompetente da Secretaria de Saúde, e hoje vem endeusando o nome do cara. E por quê? Porque começou a aparecer carro novo, casa, vida boa e aí o cara começou a prestar. Então, isso a sociedade não engole mais. Por essas razões, é que a gente vê que o PT está rompendo. O PT hoje não tem matéria de dizer que “eu vou seguir carreata com o prefeito Ricardo”. Porque até então, os compromissos de votar nela e de honrar com ela, foram destruídos ali.
O senhor acredita que há possibilidade de o grupo dos Jacus firmar alianças com esses grupos menores que parecem ser mais rebeldes?
Sim, na verdade não são grupos rebeldes, são conhecedores da realidade, pessoas que se frustraram Aquilo que eu disse no início, de vender ilusões; eles caíram no conto de fadas, e esse conto de ver só a família de fulano bem, e a minha mal, só a de fulano sendo beneficiada, e a dos outros não … então, essas pessoas se frustraram, e essa frustração não vai gerar uma rebeldia, mas vai gerar um trabalho contrário ao eleitorado na próxima eleição. E isso para a gente é favorável, tudo que tirar deles, soma para a gente.
Queria agora que o senhor falasse do ponto que considera ser o mais negativo da atual gestão, e também do mais positivo.
O ponto que considero positivo e bato palmas para ela é a disponibilidade que o prefeito tem de sair a qualquer momento do município para arrecadar recursos para obras. É um ponto muito positivo, porque eu consegui como vereador casas populares, trazer energia, 30% da energia de Cícero Dantas foi eu que consegui como vereador. A gente conseguiu emenda para calçamento, e o prefeito Ricardo nos dá esse exemplo; foi um dos prefeitos da história de Cícero Dantas que mais conseguiu obras. Agora, eu também vou dar o ponto negativo: o não acompanhamento administrativo das obras. É porque todas as obras que são feitas, parece que existe um esquema para lavar o dinheiro e sair mal feita, ela não sai com a “cara dos recursos”.
E o senhor acha que o prefeito tem participação nisso?
Não vou dizer por esse lado, pois a partir do momento que eu disser isso, vou ter que provar, e a partir do momento que provar, tenho que pedir o afastamento dele. Então, quero levar assim … será que aquela pracinha que está sendo feita na frente da igreja tem o valor de 500 mil reais, tem o calçadão com uma obra, será que tem 500 mil reais ali? Você chega no calçamento da Cavunza … um milhão e cem mil reais, onde nem rede de esgoto tem e o meio fio foi feito na gestão do ex-prefeito Helânio. A massa de cimento é mais barro do que cimento, e aí você diz: “poxa, isso aqui não existe, uma obra de um milhão”. É esse o ponto que eu chamo de negativo, da administração. Porque até então, as pessoas da atual gestão, contrárias à gestão do ex-prefeito Helânio que fizeram várias denúncias contra o mesmo por corrupção, hoje estão lavados nesta mesma corrupção.
Nesses quatro mandatos enquanto vereador, quais projetos o senhor mais se orgulha de ter apresentado e aprovado na casa?
Primeiro, ter implantado no município, o projeto ‘Minha Casa, Minha Vida’, que foi através de mim, em 2003 como vereador e em 2004, consegui homologar como prefeito. Nós fizemos, na época, um projeto em parceria entre o governo estadual, federal e municipal, em que cadastramos o município para a construção de 600 casas populares, para diminuir o déficit habitacional no município.
Eu consegui 30, depois Weldon conseguiu mais 130, 90 na Cavunza e 40 no Castanheiro, e eu consegui mais 50. Então, vamos praticamente para duzentas casas, tem mais umas quatrocentas para sair. Agora mesmo já estou com o projeto em andamento, em fase de término para 280 casas, já no programa novo, o PAC 3. Estou recebendo agora uma documentação necessária para o município assinar, pois se o prefeito não aceitar, ela não entra no município. Então tem que ter a parceria do município, não financeiramente, mas por meio da aceitação. Estamos tentando que o Governo Bolsonaro autorize que fique consorciado via associação, e não passe pelo município. Se não aceitar, aí sim, terá que ser feita via município, mas o importante é que ele vai ganhar essas 280 casas.
Além disso, consegui através de projetos a construção de calçamento, que praticamente, mais de 60% da cidade foi através de projetos meus. Se você chegar na Câmara tem a ouvidoria municipal, um projeto que virou lei e tem poder de polícia. Temos também a edificação do prédio da Câmara, temos a proibição de que as concessionárias como a Coelba e a Embasa cortem o fornecimento em finais de semana e feriados, também foi parceria minha com a vereadora Eugênia, a questão do décimo terceiro no aniversário, o feriado no Dia do Funcionário Público.
Foi uma indicação minha ao prefeito Weldon, que transformou em projeto de lei, o aumento do salário dos servidores da secretaria de saúde e infraestrutura … e um projeto de 2012, que passou a vigorar em 2013, onde o funcionário que recebia só um salário passou a receber dois salários e meio. Hoje se você pegar um guarda ou um motorista, tem como salário-base R$ 2.250,00, e antes era apenas um salário mínimo. Portanto, houve um avanço com Nenê de Nedito vereador.
Queria agora que o senhor falasse sobre os seus planos políticos para 2020. Pretende se candidatar novamente a vereador, ou pensa em ser vice-prefeito ou mesmo prefeito? Como está isso em sua cabeça, hoje?
Olhe bem, eu tinha o sonho de um dia ser prefeito de Cicero Dantas, eleito pela sociedade, e não, como dizem, um prefeito tampão, um prefeito botado, golpista, para mim poder administrar conforme eu conheço a administração, pois modéstia à parte, eu perco para muito poucos administradores de serviço público. Sei onde pode ir e não pode, mas também tenho que ter humildade de reconhecer que meu tempo passou.
Político é como jogador de futebol, hoje Neymar para vender por tostão é caro, mas há cinco anos valia um trilhão. A bola da vez é o “neguinho” do Flamengo, o Cebolinha do Grêmio, então, o político tem que ver o seu tempo, e por eu ver que meu espaço para galgar uma candidatura a prefeito não tem êxito, eu prefiro colocar os pés no chão.
Vou fazer um levantamento com todos meus amigos, tenho uma lista de praticamente 3 mil pessoas que me conhecem na política, que já votaram em mim e até antes das convenções irei fazer essas visitas e esses bate-papos, e se eles sinalizarem positivamente, de que eu deva continuar como vereador representando os grupos dos Jacus e a nossa sociedade, sem me corromper na Câmara para aprovar projetos, eu mais uma vez serei candidato. Caso contrário, vamos escolher um nome novo, que as pessoas acham que deva ser, e estarei apoiando. Eu quero contribuir para o progresso de Cícero Dantas, independentemente de ser eu ser a autoridade política.
Para finalizar, queria saber se o senhor tem alguma referência política que o inspire em sua atividade parlamentar.
Meu pai, e não por seu meu pai, ele era um homem que olhava para frente, tinha um olhar de águia, que avistava o progresso lá na frente. Um sonhador e um eterno apaixonado pelo desenvolvimento da periferia. E isso me inspirou e me inspira cada vez mais, me dá força para poder a cada dia mais, orgulhar ele onde quer que esteja, por eu ser representante do povo, pois ele me colocou nessa posição.