Pessoas que sofrem de depressão são fracas e carecem de atenção?

Só no Brasil, a depressão atinge mais de 11 milhões de pessoas, ainda assim, ela não recebe a atenção adequada da sociedade; a psicóloga Marina Souza responde à principais dúvidas sobre o assunto
depressão
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Olá, muito obrigado por ter voltado ao nosso espaço “É Mito ou Verdade” no Sertão em Pauta, uma parceria feita com a Clínica Seclin. No artigo desta semana, nós entrevistamos a psicóloga Marina Souza, sobre uma das doenças mais recorrentes da atualidade e que apesar disso, muitas vezes não recebe a atenção devida das próprias vítimas e de seus familiares: a depressão.

Só no Brasil, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2015, 11,5 milhões de pessoas sofrem com o problema e no mundo, esse número tem crescido de forma preocupante (aumento de 18% em relação a 2005), já tendo chegado à marca de 322 milhões.

Diversos fatores são responsáveis por aumentar a incidência desse transtorno mental, que tem graus variados e portanto, consequências diferenciadas para cada caso, como traumas na infância, estresse psicológico e uso de drogas, como destaca na entrevista, a seguir, a psicóloga Marina Souza.

Confira o bate-papo, que tivemos com ela, e tire suas dúvidas a respeito deste tema, que merece cada vez mais, uma atenção nossa:

Sertão em Pauta – (S.P.): Pessoas que sofrem de depressão são fracas e carecem de atenção?

MITO

Marina Souza – (M.S.):  Pelo contrário, depressão é sinal de força e não de fraqueza, de pessoas que vem tentando a muito tempo lidar com questões que são difíceis para elas e que precisam de apoio e compreensão.

(S.P.): É possível superar a depressão sem tratamento? Basta ter força de vontade?

NÃO É BEM ASSIM

(M.S.): O ideal é acompanhamento e tratamento, tanto para avaliar de forma ampla o quadro, como para ajudar no manejo mais adequado, pois a depressão é um transtorno mental que afeta diversas áreas da vida e traz consigo sintomas tanto emocionais e psíquicos, como sociais, cognitivos e comportamentais que precisam de tratamento em conjunto. Além disso, há ainda questões biológicas envolvidas nos quadros depressivos associados ao rebaixamento de neurotransmissores que nos proporcionam a sensação de bem estar, como a serotonina, dopamina. Por isso um trabalho que envolva acompanhamentos de profissionais de psicologia, psiquiatria, mudanças no estilo de vida, práticas de exercícios físicos e novos hábitos é um grande aliado para superar quadros depressivos. Porém, é fundamental a vinculação e que o paciente compreenda, se integre e se fortaleça para conseguir alcançar os objetivos desenvolvidos nesse processo.

(S.P.): Depressão é um problema que atinge, geralmente, apenas as mulheres?

MITO

(M.S.): Não, a depressão não tem gênero, idade, etnia, e pode acometer homens e mulheres, sejam elas crianças, jovens ou adultos. Contudo, estudos indicam que fatores hormonais podem favorecer a uma prevalência grande em mulheres.

(S.P.): Algumas pessoas possuem predisposição genética que ajuda a desenvolver a depressão?

VERDADE, MAS

(M.S.): Sim, existem fatores genéticos envolvidos nos casos de depressão, doença que pode ser provocada por uma disfunção bioquímica do cérebro. Entretanto, nem todas as pessoas com predisposição genética reagem do mesmo modo diante de fatores que funcionam como gatilho para as crises: acontecimentos traumáticos na infância, estresse físico e psicológico, algumas doenças sistêmicas como hipertireoidismo; além do consumo de drogas lícitas e iliticas e por aí vai…

(S.P.): A depressão é um dos principais fatores que levam ao cometimento do suicídio?

VERDADE

(M.S.): A depressão é um transtorno de humor, caracterizado por uma tristeza (humor deprimido) persistente e profunda, além de falta de prazer para realizar atividades corriqueiras, baixa auto estima , perda de energia e demais sintomas, sendo a ideação suicida (pensamentos recorrentes em suicídio e morte) e tentativas de suicídio, alguns desses sintomas. Porém, alem da depressão, outros casos como de abusos de substâncias, transtorno de personalidade como borderline e transtorno bipolar também são predispores de suicídio. Por isso, é preciso ficar atento aos sintomas, sendo de fundamental importância um tratamento adequado para que se possa evitar que se chegue a esse ponto.

Muito esclarecedora essa conversa com a Psicóloga Marina Souza, não foi? Esperamos que tenha sido proveitosa para desconstruir alguns mitos, que fazem parte do nosso imaginário a respeito da Depressão, uma temática sempre muito delicada.

Ah, e na próxima semana estaremos aqui novamente, com questionamentos e respostas relacionados a cuidados com a nossa saúde e corpo. Até lá!

Marina Souza é Psicóloga Clínica ( CRP03/12709). Ela também é especialista em Terapia Cognitiva Comportamental e Pós-graduada em Avaliação Psicológica. Atualmente, ela atende na Clínica Seclin, situada na Avenida ACM, 447, em Cícero Dantas.

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