Em sessão nesta terça-feira (28), na Câmara de Vereadores de Cícero Dantas (BA), o parlamentar de oposição Nenê de Nedito (PRB) durante discurso na tribuna da casa, fez críticas ao estado de veículos utilizados pela administração municipal no transporte escolar voltado a estudantes que vivem na zona rural.
De acordo com o vereador, que também é líder da oposição no legislativo, alunos que residem em determinadas comunidades rurais de Cícero Dantas estão sem poder assistir às aulas por conta de problemas estruturais em veículos escolares.
“Um jovem, lá do Raso do Santo, me passou uma mensagem por celular que é coisa de chorar. Tem 15 dias que o ônibus passou para pegar os estudantes da região, porque os pneus estão furados. Agora, à tarde, jovens com suas mães da região da Faleira e da Quixaba foram à minha casa dizendo que o ônibus está há oito dias sem pegar os alunos, os pneus furam todos os dias, e agora estouraram; também, desde o início das aulas, a porta do veículo está quebrada e uma corda tem sido usada para abri-la e fecha-la”, contou o parlamentar Nenê, que ainda em seu discurso, citou a preocupação das mães com a falta de segurança no transporte.
O Sertão em Pauta foi à Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SEMEC) para saber qual o posicionamento do gestor da pasta Felipe Castro sobre as críticas do Vereador Nenê. À nossa reportagem o secretário admitiu dificuldades quanto à manutenção dos veículos, mas que os problemas citados pelo parlamentar devem ser solucionados em breve.
“As dificuldades do transporte escolar são gigantescas, especialmente, pela falta de recursos; nós estamos no quinto mês do ano e até agora o governo do estado não repassou nenhuma das três parcelas por meio do programa ao qual somos conveniados, que é o PET Bahia (apoio ao transporte escolar). Já o PNATE que é o programa nacional de transporte escolar envia recursos que só são suficientes para cobrir gastos com combustíveis, em uma média mensal de 60 mil reais”, alegou Felipe ao nosso site.
Quanto aos casos em específico mencionados pelo vereador, o secretário Felipe afirma: “No início do ano, fizemos uma dispensa e gastamos od dinheiro todo dela com pneus; foram em média doze pneus o que um custo de cerca de 20 mil reais, cada pneu sai por base de 1.600 reais. Foram solicitados mais treze pneus, e aí no dia 3 de abril, o setor de licitação publicou a abertura, mas no dia 16 do mesmo mês deu deserta; no dia seguinte foi lança da a segunda publicação, a realizar-se no dia 2 de maio, sendo mais uma vez deserta e no dia 06 de maio foi a terceira publicação, que no dia 16, e pela última vez foi deserta. Eu não posso pular o processo burocrático, então a partir do dia 16 eu, então, podia fazer a compra direta, e assim eu fiz. 13 ou 14 pneus foram buscados essa madrugada em Salvador para justamente suprir essa necessidade”.
Felipe Castro também falou que quanto ao problema da porta do ônibus quebrada, a peça que permitia o fechamento adequado do veículo queimou há cerca de um mês, a encomenda de um novo acessório, no entanto, já foi feita; e até a sua chegada, o secretário informou que uma monitora tem ficado próximo à porta para não permitir o acesso dela pela criança, além de estar sendo usado um cinto de segurança para o impedir a proximidade dos alunos à porta.
Por fim, a reportagem do Sertão em Pauta foi informada que os alunos que perderam aulas em função ausência do transporte, terão as faltas desconsideradas; uma atividade extraclasse também será realizada, para não prejudicar o calendário escolar dos mesmos.